quarta-feira, 20 de junho de 2012

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

POEMA A NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS

 


Diz a sabedoria popular a seguinte expressão. Sra  das  Candeias a sorrir, está o inverno para vir, Sra das candeias a chorar, está o  invervo  a  acabar.
Se  o inverno estiver para chegar é mais frio na  rua, mas em casa é a lareira a acalentar, memória de um Natal que  passou, faz pouco tempo, ou de lembrar natais de outros  invernos

Se o inverno se  despedir, acabou-se por agora os chocolates quentes  à  janela os sobretudos no bengaleiro .È  hora de dar boas- vindas à Primavera deste ano

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Balada da Neve Augusto Gil


Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

Augusto Gil